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Dia 29, de não sei quantos...

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A Salceda - Santiago de Compostela: 29,5 km Este vai ser o último texto desta série. Daqui para casa, vai ser algo só meu, pode ser? Mas antes de descrever a última etapa, muito, muito, muito obrigado a cada par de olhos que acompanhou a jornada aqui. Fiquei surpreso destes relatos chegarem a pessoas que eu não imaginava e, melhor ainda, saber que essas pessoas estavam torcendo por mim, por seja lá o que for que eu procurei no Caminho. Sei que nem todos se manifestaram, mas saibam que também têm a minha torcida. De verdade. Gosto muito daquela frase "fácil" que diz "feliz primeiro dia do resto da sua vida!". Então que seja um feliz primeiro dia do resto das nossas vidas! Achou isso lamecha? Então pare aqui, porque vai piorar e muito! 😀 Assim começou o dia: chuva. E assim correu o dia, durante várias horas. Umas 5, para ser exato. Isso comprometeu muito as fotos, mas aqui estão umas poucas. Tudo encharcado, o tempo inteiro. E a capa de chuva, embora proteja da chuva

Dia 28, de 33!

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Melide - A Salceda: 26,3 km Eu ronco, sem o CPAP. E aqui, obviamente, não trouxe o CPAP. Eu tava pensando cueca, imagina trazer o CPAP. Então imagina a vida de quem dorme no meu dormitório. Hoje, a chinesa da cama do lado saiu as 6h. Meu despertador toca 6h30. Acho que em León, minha vizinha do beliche de baixo fingiu que a garrafa dela caiu no chão e chutou meu beliche. Life on the road. 7h12, pé na estrada. A etapa de hoje seria de cerca de 25 km e nós levaria até um albergue em A Salceda. Hoje vai ser mais um daqueles relatos com mais fotos que palavras. Amanhã devo chegar em Santiago, então a cabeça está com 1001 pensamentos distintos e distantes, ao mesmo tempo. Bear with me! Tantas paisagens, tantas memórias, tantas caras que eu tento lembrar e contextualizar… certamente virá com o tempo. E já sinto saudades de coisas que vivi há pouco mais de 2 ou 3 semanas. Saudades, mas não sinto vontade de reviver. É difícil de explicar. Inclusive tive um ou dois pesadelos que consistiam em a

Dia 27, de 33!

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Gonzar - Melide: 33,3 km 7h. Parti do pressuposto que o restaurante estaria aberto para café da manhã logo às 7h e…só abria às 7h30. Peguei a estrada, na esperança de ter alguma coisa aberta na frente. Pelo menos a névoa matinal manteve o caminho fresco e deu para eu fingir de artista. Uma hora depois, encontrei um café aberto: suco de laranja fresco e bocadillo de jamón y queso devidamente acomodados na lateral do estómago, pé na estrada. Esta imagem é apenas para dizer que reconheci o lugar onde, em 2017, a esposa decidiu que já estava cansada do Caminho e queria seguir logo para Santiago pela autoestrada: ela desceu essa rampa com uma vontade e velocidade, enquanto ficamos atrás gritando que não era por aí, era pela estrada na direita. Como ela não escutava, eu fiz meu melhor sprint, dublado de gritos desesperados, até alcançar a menina, explicar a situação e ter de subir tudo de novo, porque ela pedala muito forte, ainda por cima. Rendeu gargalhadas depois, claro. Ontem não fiz mas